Rodrigo Balassiano analisa: como os FIDCs ajudam a reduzir o custo do crédito para empresas

Alexey Orlov By Alexey Orlov
Rodrigo Balassiano esclarece como os FIDCs contribuem para diminuir os custos de crédito, favorecendo o crescimento das empresas.

Rodrigo Balassiano, especialista em fundos estruturados e profundo conhecedor das dinâmicas de crédito no mercado brasileiro, explica que os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) têm se tornado uma das soluções mais eficazes para empresas que desejam acessar capital com menor custo e maior eficiência. Ao transformar recebíveis em liquidez imediata, os FIDCs permitem que empresas obtenham financiamento fora das linhas tradicionais bancárias, muitas vezes com condições mais favoráveis.

Nos últimos anos, esse instrumento de crédito estruturado tem ganhado destaque pela capacidade de unir agilidade, segurança jurídica e economia financeira. Além de fornecer capital para expansão, giro ou reestruturação, os FIDCs promovem desintermediação bancária, criando um elo direto entre originadores de crédito (empresas) e investidores institucionais.

Rodrigo Balassiano e a estrutura que permite crédito mais barato

Segundo Rodrigo Balassiano, os FIDCs operam com base em uma lógica simples, porém sofisticada: a empresa cede seus recebíveis (como duplicatas, contratos, boletos ou faturas a prazo) para um fundo estruturado, que adquire esses direitos creditórios com base em regras de elegibilidade, qualidade de crédito e expectativa de pagamento.

O FIDC, por sua vez, capta recursos junto a investidores por meio da emissão de cotas, remuneradas conforme o desempenho da carteira adquirida. Como os recebíveis já existem e representam obrigações contratuais de terceiros, o risco da operação é atrelado à capacidade de pagamento desses devedores, e não diretamente ao balanço da empresa cedente.

Rodrigo Balassiano ressalta que essa separação entre risco da empresa e risco da carteira é justamente o que permite a redução do custo do crédito. Quando a carteira é bem estruturada e possui devedores com bom histórico de adimplência, os investidores aceitam retornos menores, o que se traduz em custo mais baixo para a empresa.

Fatores que contribuem para a redução de custo via FIDCs

Diversos fatores fazem dos FIDCs uma opção mais econômica para captação de recursos empresariais:

1. Desintermediação financeira

Ao dispensar os bancos como fonte principal de crédito, as empresas evitam as taxas embutidas pelas instituições financeiras. O acesso direto ao mercado por meio do FIDC reduz a cadeia de custos.

Saiba com Rodrigo Balassiano por que os FIDCs são uma alternativa eficiente para reduzir o custo do crédito empresarial.
Saiba com Rodrigo Balassiano por que os FIDCs são uma alternativa eficiente para reduzir o custo do crédito empresarial.

2. Personalização da estrutura

FIDCs são veículos sob medida, adaptáveis às características da empresa e da carteira de recebíveis. Isso permite ajustar o prazo, a frequência de antecipação e o perfil dos ativos, otimizando o custo final da operação.

3. Uso de garantias implícitas

Quando a carteira possui alto grau de previsibilidade, diversificação e inadimplência controlada, o risco percebido pelo investidor diminui. Isso possibilita que o fundo opere com menor remuneração exigida.

4. Cotas subordinadas e mitigação de risco

Como explica Rodrigo Balassiano, os FIDCs podem incluir cotas subordinadas, que funcionam como colchão de proteção para os investidores das cotas sênior. Essa estrutura protege o investidor do risco direto de crédito, o que também reduz o custo do funding.

5. Eficiência fiscal

Em determinadas estruturas, os FIDCs permitem um tratamento fiscal mais favorável em relação ao imposto de renda e ao IOF sobre operações financeiras, o que melhora a rentabilidade líquida do investidor e impacta positivamente a precificação do crédito.

Perfis de empresas que mais se beneficiam dos FIDCs

Os FIDCs são especialmente vantajosos para empresas que operam com vendas recorrentes a prazo e que acumulam carteiras de recebíveis consistentes. Setores como: Varejo; Saúde; Educação; Agronegócio; Prestação de serviços e Logística e transporte têm encontrado nos FIDCs uma solução ideal para financiamento com custo menor e previsibilidade de caixa.

Rodrigo Balassiano aponta que, mesmo empresas que enfrentam restrições bancárias ou estão em fase de crescimento, podem acessar um FIDC, desde que apresentem uma carteira de recebíveis bem estruturada e passível de diligência e auditoria.

Comparativo com linhas de crédito tradicionais

Ao comparar o custo de captação via FIDC com outras linhas de crédito, como capital de giro bancário, desconto de duplicatas ou emissão de debêntures, observa-se que os FIDCs oferecem vantagens consideráveis:

  • Menor taxa de juros efetiva, principalmente quando os recebíveis possuem baixo risco;
  • Maior flexibilidade nas condições, sem exigência de garantias reais ou covenants restritivos;
  • Prazo mais adequado à geração de caixa, já que a liquidez é obtida com base nos fluxos futuros contratados.

Além disso, o FIDC não aparece como dívida tradicional no balanço da empresa, melhorando índices de alavancagem e facilitando o acesso a outras formas de financiamento no futuro.

Governança, transparência e atração de investidores

Outro fator que contribui para a redução do custo do crédito é a governança dos FIDCs. Por serem regulados pela CVM e estruturados com critérios técnicos, esses fundos oferecem segurança jurídica e operacional aos investidores, o que amplia o interesse de fundos de pensão, seguradoras, family offices e gestoras independentes.

Conforme analisa Rodrigo Balassiano, essa robustez institucional atrai capital qualificado disposto a financiar empresas produtivas com taxas competitivas, desde que a operação seja transparente, bem monitorada e com documentação consistente.

Conclusão

Os FIDCs representam uma alternativa moderna, segura e economicamente vantajosa para empresas que desejam reduzir o custo do crédito. Ao transformar recebíveis em recursos líquidos com eficiência e governança, esses fundos contribuem para a sustentabilidade financeira das empresas e fortalecem a conexão entre o mercado de capitais e a economia real.

A análise de Rodrigo Balassiano evidencia que, quando bem estruturado, o FIDC oferece mais do que capital: oferece estratégia, previsibilidade e competitividade. Em um cenário de juros elevados e acesso restrito ao crédito bancário, os FIDCs se consolidam como uma das principais ferramentas para financiar o crescimento com inteligência e controle.

Autor: Alexey Orlov

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