O cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi ressalta que a fase de preparação para uma cirurgia é tão importante quanto o próprio ato cirúrgico. Uma das etapas mais críticas desse processo envolve a avaliação das medicações utilizadas pelo paciente. Em muitos casos, é preciso ajustar ou suspender temporariamente alguns medicamentos para garantir segurança durante o procedimento e no período de recuperação.
Essa análise detalhada é essencial para prevenir complicações, interações medicamentosas e riscos de sangramento. Portanto, compreender quando e por que alterar a medicação habitual antes de uma cirurgia é fundamental para o sucesso do tratamento e para a proteção do paciente.
Por que a análise da medicação é essencial antes de uma cirurgia?
Antes de qualquer procedimento cirúrgico, o corpo passa por uma série de ajustes fisiológicos. O uso de determinados medicamentos pode interferir nesses processos naturais, afetando a coagulação, a pressão arterial, o ritmo cardíaco ou a resposta imunológica. Medicamentos anticoagulantes, por exemplo, aumentam o risco de sangramento durante e após a cirurgia. Já alguns remédios para controle de diabetes ou hipertensão podem alterar a resposta do organismo à anestesia.

Por isso, Hayashi explica que o cirurgião e a equipe médica devem ser informados sobre todas as medicações em uso, incluindo vitaminas, fitoterápicos e suplementos. O profissional avaliará quais devem ser mantidos, substituídos ou suspensos temporariamente, sempre considerando o equilíbrio entre segurança e continuidade do tratamento.
Quais tipos de medicamentos exigem maior atenção antes de um procedimento cirúrgico?
Diversos grupos de medicamentos necessitam de cuidados específicos no período pré-operatório. Os principais são:
- Anticoagulantes e antiplaquetários: substâncias como aspirina, varfarina e clopidogrel reduzem a coagulação do sangue. Sua suspensão, geralmente alguns dias antes da cirurgia, evita sangramentos excessivos.
- Antidiabéticos orais e insulina: o controle glicêmico deve ser monitorado com rigor. A dosagem pode precisar de ajustes, especialmente em jejum pré-operatório.
- Antihipertensivos: alguns medicamentos para pressão arterial podem ser mantidos, enquanto outros, como os inibidores da ECA, podem ser suspensos para evitar queda de pressão durante a anestesia.
- Antidepressivos e ansiolíticos: esses medicamentos podem interagir com anestésicos e devem ser avaliados individualmente.
- Suplementos e fitoterápicos: produtos naturais como ginkgo biloba, alho e ginseng podem interferir na coagulação e devem ser informados ao médico.
Segundo Milton Seigi Hayashi, o segredo está em adaptar cada conduta de forma personalizada, respeitando o histórico clínico e o tipo de cirurgia a ser realizada.
Existe diferença no manejo de medicamentos entre cirurgias estéticas e cirurgias maiores?
Sim. O tipo e a complexidade da cirurgia influenciam diretamente na conduta medicamentosa. Em cirurgias estéticas — como rinoplastia, lipoaspiração ou abdominoplastia —, o controle de sangramento é um dos principais focos. Por isso, medicamentos anticoagulantes e anti-inflamatórios costumam ser suspensos temporariamente.
Já em cirurgias de maior porte, que envolvem risco elevado ou internação prolongada, o planejamento deve ser ainda mais criterioso. Nesses casos, é comum envolver também o cardiologista, endocrinologista ou outros especialistas que acompanham o paciente regularmente. O cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi reforça que a segurança cirúrgica está diretamente ligada à comunicação entre equipe médica e paciente. Cada detalhe, por menor que pareça, pode fazer diferença no resultado final.
A segurança cirúrgica começa no cuidado com os detalhes
A decisão de alterar a medicação antes de um procedimento cirúrgico não é uma medida genérica, mas sim personalizada. Cada paciente possui condições clínicas únicas, e o manejo correto dos medicamentos é determinante para o sucesso da cirurgia. Sob a orientação de profissionais experientes, é possível garantir um preparo seguro, reduzindo riscos e promovendo uma recuperação mais tranquila.
Seguir as recomendações médicas, comunicar o uso de todos os remédios e manter uma postura responsável são atitudes que fazem toda a diferença. Afinal, a segurança do paciente é o primeiro e mais importante passo para um resultado cirúrgico de excelência — um princípio que Hayashi aplica com rigor em sua prática clínica.
Autor: Alexey Orlov